Se você é daqueles amantes da música que sai por aí com seu mp3 ou ipod, então você tem consciência da "Sra. Ausência Criativa" que o mundo da música está cultuando.
Há aqueles que recorrem a seus músicos favoritos, os quais já não se encontram entre nós, ou a bandas que seu último disco de inéditas ou hit já virou relíquia dos anos 90. E outros que seguem garimpando ousadias do lado B.
O que muitos não sabem é que a América Latina, a qual o Brasil faz parte, mas que na prática vive como se existisse um verdadeiro muro de Berlim, é um grande tesouro da música. E é na música que essa "divisão de Américas" torna essa distinção mais visível. Pois, para as bandas latinas, o mercado fonográfico brasileiro é um difícil campo de negócios. As vendas são baixas, os produtos encalham nas prateleiras e o público desconhece um seleto grupo de notáveis compositores, músicos e multi instrumentistas. A internet está aí para "sanar as feridas no bolso do consumidor", por conta dos altos preços dos discos nas lojas, mas sem divulgação, não há espaço para os, embora pequenos, mas bons músicos, os quais, a América Latina nos apresenta numa verdadeira bandeja folheada a ouro.
É preciso fazer sucesso global para ser reconhecido como um ídolo. E muitos, durante a trajetória da música, tiveram suas composições em novelas, filmes e seriados. Aparecendo em programas de auditório e em entrevistas nas rádios. A partir daí, o músico conseguia um mínimo de espaço na opinião pública. Foi o que aconteceu com os Menudos nos anos 80, com o Julio Iglesias, na atualidade com a cantora Shakira e o que sustentou o RBD até pouco tempo.
Mas, sem mais delongas! Você conhece Julieta? A "señorita" Venegas? Grande parte dos brasileiros já ouviram suas músicas de alguma forma. O programa Fantástico, da Rede Globo, coloca com freqüência trechos de suas músicas para servir de trilhas para as reportagens, em especial, as de comportamento.
Julieta Venegas é um dos ícones mais importantes da música latina contemporânea. Nasceu em solo estadunidense, mas é mexicana que cresceu e foi criada em Tijuana. Estudou piano e sabe tocar diversos outros instrumentos, inclusive acordeom, que tem presença marcante em sua música. Antes de partir para a carreira solo, teve passagens no teatro e foi integrante de duas bandas: Tijuana No e Lula. A primeira era de ska/reggae que ficou conhecida pelo cunho político em suas canções. Depois de fazer parte de dezenas de projetos, em 1996 ela assinou contrato com a BMG e no ano seguinte lançou o seu primeiro solo, Aquí. O tempo que trabalhou o disco foi importante para a entrada no mercado europeu, na América Latina que fala espanhol e nos Estados Unidos. Ela também abocanhou seus primeiros prêmios de artista revelação e de interpretação feminina. Na verdade, o que eles viram - e nós não - foi o desenvolvimento de uma cantora pop diferenciada e não descartável, cuja música prima muito pela melodia e que gosta de brincar com sonoridades diferentes. É possível identificar inclusive alguma brasilidade em certas faixas dos discos. É só ouvir a música "Como Se" para sentir um cheirinho de MPB.
Comentar algo a respeito de Julieta Venegas é complicado. A maioria das pessoas ficam com cara de interrogação, mas podemos comemorar, pois, já existem aqueles que dizem: "Ah, é aquela moça que cantou com Lenine no acústico!". Bingo!Agora ficou mais fácil. Eis aqui alguns discos da musa mexicana: Aquí, Bueninvento, Sí (responsável pelo primeiro Grammy Latino de Rock vocal), Limón y Sal (disco de ouro e platina - Segundo Grammy Latino) e um Acústico recheado de sucessos e convidados mais que especiais como a cantora Marisa Monte (que cantou uma faixa inédita em espanhol e português).
Mãos a obra e bons downloads!
Bruno Clériston,
radialista, designer gráfico e artefinalista.
radialista, designer gráfico e artefinalista.
Comentários
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Agora vou tentar conhecer mais das músicas dela, baixando, é claro...