Ainda à espera do dia em que completarei 18 anos e terei alcançado a maioridade dentro da minha sociedade, o voto em minhas mãos é considerado facultativo. Eu poderia ter me esquivado, fugido de enfrentar aquela fila esporadicamente lotada, arranjado outra coisa para distrair. Mas eu queria sentir como era exercer aquilo que chamam de ‘Cidadania’. O meu primeiro voto não seria em branco, apesar de eu ter pensado bastante nisso. Porém, após analisar as propostas e o histórico de alguns, acabei dando-lhes os créditos do meu precioso teclar nas urnas. Talvez, por não possuir uma vida financeira abastada, eles não pudessem fazer campanhas milionárias, como observei em muitos nessa eleição. Contudo, a dignidade de ambos me dava a certeza de que eu estaria tomando a escolha certa.
Na Democracia grega, os cidadãos decidiam a respeito de determinados assuntos, através de reuniões que aconteciam numa Assembléia. Cidadãos que condiziam a homens apenas. Além das mulheres, não poderiam participar das decisões nem escravos nem estrangeiros. No Brasil, durante muito tempo, a história não foi diferente. O primeiro país a dar o direito do voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1823. E, aqui, as mulheres não podiam votar até o ano de 1934, em que o voto passou a ser obrigatório para todos os cidadãos brasileiros. Agora, em 2008, era a minha vez de exercer de forma legal a escolha os meus representantes.
Menos de 3 minutos: apresentação do título acompanhado de um documento com foto; uma assinatura simples; alguns números; a confirmação; o barulhinho indicando o fim. Missão cumprida! E, em algumas horas, teria que acompanhar os mandatos dos escolhidos pelo povo, durante os próximos quatro anos. Era isso que me fazia acreditar na evolução para uma democracia participativa: a vontade de cobrança, a estrutura educacional para exigir e um sentimento de dever cumprido. O que me sobrou materialmente foi um pequeno papelzinho retangular, comprovando a minha participação nas Eleições Municipais deste ano. Espiritualmente, sede de mudanças.
As verdadeiras transformações não se concretizam à espreita da espera acomodada, sentada em frente a uma televisão, assistindo à Novela das Oito. É preciso lutar, mais que telepaticamente, por elas. Meu direito agora se confunde com meu dever: exigir. Farei o possível.
Na Democracia grega, os cidadãos decidiam a respeito de determinados assuntos, através de reuniões que aconteciam numa Assembléia. Cidadãos que condiziam a homens apenas. Além das mulheres, não poderiam participar das decisões nem escravos nem estrangeiros. No Brasil, durante muito tempo, a história não foi diferente. O primeiro país a dar o direito do voto às mulheres foi a Nova Zelândia, em 1823. E, aqui, as mulheres não podiam votar até o ano de 1934, em que o voto passou a ser obrigatório para todos os cidadãos brasileiros. Agora, em 2008, era a minha vez de exercer de forma legal a escolha os meus representantes.
Menos de 3 minutos: apresentação do título acompanhado de um documento com foto; uma assinatura simples; alguns números; a confirmação; o barulhinho indicando o fim. Missão cumprida! E, em algumas horas, teria que acompanhar os mandatos dos escolhidos pelo povo, durante os próximos quatro anos. Era isso que me fazia acreditar na evolução para uma democracia participativa: a vontade de cobrança, a estrutura educacional para exigir e um sentimento de dever cumprido. O que me sobrou materialmente foi um pequeno papelzinho retangular, comprovando a minha participação nas Eleições Municipais deste ano. Espiritualmente, sede de mudanças.
As verdadeiras transformações não se concretizam à espreita da espera acomodada, sentada em frente a uma televisão, assistindo à Novela das Oito. É preciso lutar, mais que telepaticamente, por elas. Meu direito agora se confunde com meu dever: exigir. Farei o possível.
Sara Albuquerque.
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