VINGANÇA PRIVADA
“O povo pelo povo.”
Quando vi a cena senti uma desesperança enorme em relação à reestruturação da segurança pública no Estado de Alagoas (se é que essa algum dia foi estruturada), vi o modo como pessoas do povo se igualaram aos marginais urbanos numa atitude violenta e desumana, os risos e comentários dos presentes conseguiam manifestar a satisfação do ato cometido pelos colegas universitários. Perguntei-me várias vezes onde se engajavam os direitos humanos após 60 anos de sua declaração Universal, onde estava a segurança, o direito de ir e vir com plena segurança assegurado pela nossa Constituição Federal (o que é isso mesmo?). Até que por fim concluí: vingança privada.
Foi exatamente o que presenciei, vingança privada, a justiça feita com as próprias mãos. A falta de segurança até mesmo dentro de nossas casas está fazendo com que queiramos resolver a nosso modo, e regredir a sociedade aos primórdios, porque se a policia é corrupta e ineficaz, logo o Estado também o é, além do mais este parece estar mais preocupado em negar a existência de um poder paralelo (estado x bandido) do que tomar as providencias necessárias.
O negócio é que a força do povo juntos é muito mais que isso, então “vamos lá”, espancar bandidos, “nos proteger”, nos remeter a idade média e fazer infelizmente, com que sentimento de humanidade, os princípios constitucionais que estruturam o estado democrático de direito como o da dignidade da pessoa humana fiquem apenas na lembrança. A nossa resposta ao descaso público pela nossa segurança vai a cada dia enveredando por caminhos mais tortuosos, estamos mudando drasticamente nossas regras de convivência, praticando atos e assumindo posições que nos levaram a um completo caos social.
A engrenagem do processo social está se desfazendo, a expressão “o povo pelo povo” não pode jamais se traduzir em “violência por violência”, e não estou falando da violência física apenas, falo também da violência que esbofeteia nossa cara todos os dias. aquela que encontramos todas as vezes que ligamos a tv ou saímos nas ruas, é a violência moral que me estarrece, e eu que sou cidadã como você, realmente, não iria querer estar aqui para ver o desenrolar dessa guerra que já começou faz tempo. Mas afinal, é isso mesmo que queremos? Porque é exatamente o que estamos aprendendo.
“O povo pelo povo.”
No ultimo dia 04 de novembro em Maceió –AL no Bairro do farol uma estudante que estava a caminho da faculdade foi assaltada por um jovem e teve seus pertences roubados por apenas alguns instantes, pois um grupo de alunos que também estava passando pelo local perceberam o assalto e conseguiram interceptar o “cidadão”, devolveram a bolsa da estudante e então começou a “barbárie”, o mesmo foi agredido a ponta pés e socos por pelo menos 180 metros, até chegar em frente ao colégio Guido onde funciona alguns cursos da instituição de ensino CESMAC no horário noturno, lá continuou a ser agredido até ficar desacordado.
Quando vi a cena senti uma desesperança enorme em relação à reestruturação da segurança pública no Estado de Alagoas (se é que essa algum dia foi estruturada), vi o modo como pessoas do povo se igualaram aos marginais urbanos numa atitude violenta e desumana, os risos e comentários dos presentes conseguiam manifestar a satisfação do ato cometido pelos colegas universitários. Perguntei-me várias vezes onde se engajavam os direitos humanos após 60 anos de sua declaração Universal, onde estava a segurança, o direito de ir e vir com plena segurança assegurado pela nossa Constituição Federal (o que é isso mesmo?). Até que por fim concluí: vingança privada.
Foi exatamente o que presenciei, vingança privada, a justiça feita com as próprias mãos. A falta de segurança até mesmo dentro de nossas casas está fazendo com que queiramos resolver a nosso modo, e regredir a sociedade aos primórdios, porque se a policia é corrupta e ineficaz, logo o Estado também o é, além do mais este parece estar mais preocupado em negar a existência de um poder paralelo (estado x bandido) do que tomar as providencias necessárias.
O negócio é que a força do povo juntos é muito mais que isso, então “vamos lá”, espancar bandidos, “nos proteger”, nos remeter a idade média e fazer infelizmente, com que sentimento de humanidade, os princípios constitucionais que estruturam o estado democrático de direito como o da dignidade da pessoa humana fiquem apenas na lembrança. A nossa resposta ao descaso público pela nossa segurança vai a cada dia enveredando por caminhos mais tortuosos, estamos mudando drasticamente nossas regras de convivência, praticando atos e assumindo posições que nos levaram a um completo caos social.
A engrenagem do processo social está se desfazendo, a expressão “o povo pelo povo” não pode jamais se traduzir em “violência por violência”, e não estou falando da violência física apenas, falo também da violência que esbofeteia nossa cara todos os dias. aquela que encontramos todas as vezes que ligamos a tv ou saímos nas ruas, é a violência moral que me estarrece, e eu que sou cidadã como você, realmente, não iria querer estar aqui para ver o desenrolar dessa guerra que já começou faz tempo. Mas afinal, é isso mesmo que queremos? Porque é exatamente o que estamos aprendendo.
Leyliane Chagas
Acadêmica do curso de Direito pela Faculdade de Maceió.
Acadêmica do curso de Direito pela Faculdade de Maceió.
Comentários
Mas acho que fiz a melhor coisa, pois se tivesse escolhido Direito eu sempre iria agir com minhas razões, nao tolero muitas coisas que acontecem, principalmente assaltos...
Certos?Nao sei se os estudantes agiram de uma boa maneira, nesses aspectos prefiro nao opinar.
Bom texto!
TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI!! .. Infelizmente, existe muita gente como vc q pensa q advogado é "empregado" de juiz e promotor...
Sua opnião está totalemte distorcida!!
Tem muitos advogados que ganham muito mais que juízes e promotores, apenas disse que nao queria atuar como advogado. Se você nao percebeu ainda, acabou o tempo onde os advogados eram os bambambam!
Ah, e advogado nao trabalha para juízes nem promotores, se equivocaste ao falar que eu pensava assim.
Minha opinião nao está distorcida, sua interpretação sim!
escolhestes o curso certo.
Pois é, Dallas, um profissional da área jurídica não pode agir somente baseado na sua opinião particular, mas deve em consideração muitas outras coisas.
Não se muda a sociedade para a melhor fazendo justiça particular, pois se assim fosse, na idade média todos os problemas da humanidade (pelo menos os que se tratassem de violência, igualdade ou justiça) teriam sido resolvidos.
Wenndell Amaral.
Ótimo texto, Leyliane. Ah! E ele foi lido no programa "Pense Nisso" de hoje, dia 17, com o Sílvio Sarmento na Rádio Zumbi FM.