enviado por Lidiane Herculano
acadêmica de Biblioteconomia
acadêmica de Biblioteconomia
Imagine uma casa em que todos os cômodos, menos os quartos, são tomados por livros e brinquedos. Uma casa com duas cozinhas, a primeira delas ocupada por uma biblioteca; a outra, por uma brinquedoteca. A sala de jantar e a garagem são usadas como salas de estudos. A sala de visitas, como pinacoteca. Essa casa existe e fica na periferia de Arapiraca, em Alagoas. “Hoje, para os seus dez moradores, a casa “tradicional” se resume só os quartos, por enquanto”, diz Maria das Neves da Silva, servidora pública municipal e mãe de Clarinha Gonçalves (acima, na foto principal), a maior responsável pela “redecoração” dos ambientes.
Foi por causa da paixão de Clarinha pelos livros que a família começou, até meio sem saber o que estava fazendo, o projeto de transformar a casa numa biblioteca infantil. - Com cinco meses, ela já dedicava uma atenção especial aos livros. Pouco antes de completar quatro anos, pegava os livros e “lia” pausadamente, como se já fosse alfabetizada. Isso fez com que o pai, a avó e outros membros da família começassem a dar livros de presente - relembra Maria das Neves.
Os livros continuaram chegando e o quarto de Clarinha ficou pequeno. Os livros foram parar na antiga cozinha da casa e foi assim que nasceu a “Tequinha”, como a família de Clara carinhosamente chama a bibliotequinha da menina.
- É como se eu tivesse duas filhas gêmeas, a Clara e a “Tequinha”. Aqui na cidade não se tem muito lazer. A diversão são os bares e clubes. Não quero isso para minha filha - afirma Maria das Neves.
Daí em diante, a “filha mais nova” da senhora Neves só fez crescer e ocupar mais espaços na casa. Ao ponto da cozinha nova nunca ser inaugurada e virar a brinquedoteca. Atualmente, a família usa a cozinha da tia de Clara, na casa vizinha. As atividades da biblioteca tomam todos os espaços da casa. Até o jardim. Inaugurada há dois anos, a biblioteca serviu também para facilitar a interação de Clara com os amiguinhos.
- Os coleguinhas dela vinham aqui em casa para brincar e, quando chegavam, Clara estava lendo. ‘Volte depois’, eu dizia. Uma amiguinha dela dizia que ‘a Clara só quer brincar de escola’ (risos). O pior é que quando os coleguinhas voltavam ela ainda estava lendo! Então resolvemos pedir para eles entrarem e começarem a ler também - conta a mãe de Clara. Hoje com 10 anos, a pequena Clara adora a “casa diferente” que tem. Lê cerca de 20 livros por mês. Gosta muito da Coleção do Querido Diário Otário (12 edições) e dos gibis da Turma da Mônica.
- A minha casa é muito legal minha casa, assim diferente. Gosto muito da biblioteca e da brinquedoteca. Meus amigos também. Eles não lêem tanto quanto eu, mas também gostam de ler e de vir aqui - conta Clarinha. Atualmente, a casa de Clarinha é aberta à visitação pública, inclusive de escolas da cidade, que duram em geral uma hora. - Temos que dar acesso, democratizar o livro. A gente libera tudo: o corredor, o jardim. Queremos que a Tequinha seja um lugar sedutor e aconchegante para criança ler. A gente sabe que a criança quando é estimular desde cedo pode se tornar leitora. E, se deixar, elas ficam o dia todo lá! - afirma Maria das Neves.
Antes de terminar a conversa, Maria das Neves me faz uma última confidência: “Ainda quero fazer uma Cinemateca, será que cabe?”.
Fonte: http://iurirubim.blog.terra.com.br/tag/alagoas/
Foi por causa da paixão de Clarinha pelos livros que a família começou, até meio sem saber o que estava fazendo, o projeto de transformar a casa numa biblioteca infantil. - Com cinco meses, ela já dedicava uma atenção especial aos livros. Pouco antes de completar quatro anos, pegava os livros e “lia” pausadamente, como se já fosse alfabetizada. Isso fez com que o pai, a avó e outros membros da família começassem a dar livros de presente - relembra Maria das Neves.
Os livros continuaram chegando e o quarto de Clarinha ficou pequeno. Os livros foram parar na antiga cozinha da casa e foi assim que nasceu a “Tequinha”, como a família de Clara carinhosamente chama a bibliotequinha da menina.
- É como se eu tivesse duas filhas gêmeas, a Clara e a “Tequinha”. Aqui na cidade não se tem muito lazer. A diversão são os bares e clubes. Não quero isso para minha filha - afirma Maria das Neves.
Daí em diante, a “filha mais nova” da senhora Neves só fez crescer e ocupar mais espaços na casa. Ao ponto da cozinha nova nunca ser inaugurada e virar a brinquedoteca. Atualmente, a família usa a cozinha da tia de Clara, na casa vizinha. As atividades da biblioteca tomam todos os espaços da casa. Até o jardim. Inaugurada há dois anos, a biblioteca serviu também para facilitar a interação de Clara com os amiguinhos.
- Os coleguinhas dela vinham aqui em casa para brincar e, quando chegavam, Clara estava lendo. ‘Volte depois’, eu dizia. Uma amiguinha dela dizia que ‘a Clara só quer brincar de escola’ (risos). O pior é que quando os coleguinhas voltavam ela ainda estava lendo! Então resolvemos pedir para eles entrarem e começarem a ler também - conta a mãe de Clara. Hoje com 10 anos, a pequena Clara adora a “casa diferente” que tem. Lê cerca de 20 livros por mês. Gosta muito da Coleção do Querido Diário Otário (12 edições) e dos gibis da Turma da Mônica.
- A minha casa é muito legal minha casa, assim diferente. Gosto muito da biblioteca e da brinquedoteca. Meus amigos também. Eles não lêem tanto quanto eu, mas também gostam de ler e de vir aqui - conta Clarinha. Atualmente, a casa de Clarinha é aberta à visitação pública, inclusive de escolas da cidade, que duram em geral uma hora. - Temos que dar acesso, democratizar o livro. A gente libera tudo: o corredor, o jardim. Queremos que a Tequinha seja um lugar sedutor e aconchegante para criança ler. A gente sabe que a criança quando é estimular desde cedo pode se tornar leitora. E, se deixar, elas ficam o dia todo lá! - afirma Maria das Neves.
Antes de terminar a conversa, Maria das Neves me faz uma última confidência: “Ainda quero fazer uma Cinemateca, será que cabe?”.
Fonte: http://iurirubim.blog.terra.com.br/tag/alagoas/
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