O poeta e dramaturgo Ferreira Gullar é o ganhador da edição de 2010 do Prêmio Luís de Camões, o mais importante prêmio literário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A escolha foi anunciada pela ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas, e pela Comissão Julgadora do Prêmio, em cerimônia realizada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa (Portugal). O valor do Prêmio é de € 100 mil, quantia dividida entre os Governos do Brasil e de Portugal.
Aos 79 anos, o brasileiro Ferreira Gullar é o 22º escritor a ganhar o Prêmio. Pelo segundo ano consecutivo, a poesia foi destacada pelo júri; no ano passado, o poeta cabo-verdiano Armènio Vieira foi o nome agraciado com o Camões, sendo o primeiro escritor de seu país a receber a honraria.
Poeta, crítico, dramaturgo - Prestes a completar 80 anos, Ferreira Gullar é um dos autores mais importantes da poesia brasileira. Nasceu José Ribamar Ferreira, no dia 10 de setembro de 1930, em São Luís, no Maranhão. Entre ensaios, crônicas, poesias e obras para o teatro alguns são destaques em seu trabalho: A luta corporal (1954); Dentro da noite veloz (1975); Poema sujo (1975); Na vertigem do dia (1980); Barulhos (1987); Muitas vozes (1999). O poeta também foi o vencedor, em 2007, do Prêmio Jabuti. É também ganhador, pelo conjunto de sua obra, do Prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras.
Lista de ganhadores do Prêmio Camões: 1989 - Miguel Torga, Portugal; 1990 - João Cabral de Melo Neto, Brasil; 1991 - José Craveirinha, Moçambique; 1992 - Vergílio Ferreira, Portugal; 1993 - Rachel de Queiroz, Brasil; 1994 - Jorge Amado, Brasil; 1995 - José Saramago, Portugal; 1996 - Eduardo Lourenço, Portugal; 1997 - “Pepetela” - Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, Angola; 1998 - Antonio Candido, Brasil; 1999 - Sophia de Mello Breyner, Portugal; 2000 - Autran Dourado, Brasil; 2001 - Eugénio de Andrade, Portugal; 2002 - Maria Velho da Costa, Portugal; 2003 - Rubem Fonseca, Brasil; 2004 - Agustina Bessa-Luís, Portugal; 2005 - Lygia Fagundes Telles, Brasil; 2006 - José Luandino Vieira, Portugal/Angola (o autor recusou o prêmio); 2007 - Antonio Lobo Antunes, Portugal; 2008 - João Ubaldo Ribeiro, Brasil; 2009 - Arménio Vieira, Cabo Verde; 2010 - Ferreira Gullar, Brasil
A escolha foi anunciada pela ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas, e pela Comissão Julgadora do Prêmio, em cerimônia realizada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa (Portugal). O valor do Prêmio é de € 100 mil, quantia dividida entre os Governos do Brasil e de Portugal.
Aos 79 anos, o brasileiro Ferreira Gullar é o 22º escritor a ganhar o Prêmio. Pelo segundo ano consecutivo, a poesia foi destacada pelo júri; no ano passado, o poeta cabo-verdiano Armènio Vieira foi o nome agraciado com o Camões, sendo o primeiro escritor de seu país a receber a honraria.
Poeta, crítico, dramaturgo - Prestes a completar 80 anos, Ferreira Gullar é um dos autores mais importantes da poesia brasileira. Nasceu José Ribamar Ferreira, no dia 10 de setembro de 1930, em São Luís, no Maranhão. Entre ensaios, crônicas, poesias e obras para o teatro alguns são destaques em seu trabalho: A luta corporal (1954); Dentro da noite veloz (1975); Poema sujo (1975); Na vertigem do dia (1980); Barulhos (1987); Muitas vozes (1999). O poeta também foi o vencedor, em 2007, do Prêmio Jabuti. É também ganhador, pelo conjunto de sua obra, do Prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras.
Lista de ganhadores do Prêmio Camões: 1989 - Miguel Torga, Portugal; 1990 - João Cabral de Melo Neto, Brasil; 1991 - José Craveirinha, Moçambique; 1992 - Vergílio Ferreira, Portugal; 1993 - Rachel de Queiroz, Brasil; 1994 - Jorge Amado, Brasil; 1995 - José Saramago, Portugal; 1996 - Eduardo Lourenço, Portugal; 1997 - “Pepetela” - Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, Angola; 1998 - Antonio Candido, Brasil; 1999 - Sophia de Mello Breyner, Portugal; 2000 - Autran Dourado, Brasil; 2001 - Eugénio de Andrade, Portugal; 2002 - Maria Velho da Costa, Portugal; 2003 - Rubem Fonseca, Brasil; 2004 - Agustina Bessa-Luís, Portugal; 2005 - Lygia Fagundes Telles, Brasil; 2006 - José Luandino Vieira, Portugal/Angola (o autor recusou o prêmio); 2007 - Antonio Lobo Antunes, Portugal; 2008 - João Ubaldo Ribeiro, Brasil; 2009 - Arménio Vieira, Cabo Verde; 2010 - Ferreira Gullar, Brasil
Fonte: Ministério da Cultura.
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Nunca na história desse país...
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será
Jailton Alves