EDITORIAL: O mormaço da miséria

Todos lembram que aconteceu há alguns anos aquele espisódio do mensalão no congresso nacional, onde jorrava dinheiro para, digamos, convencer parlamentares a aprovar projetos de acordo com a vontade do Governo e uma viradinha de rosto para os desmandos políticos.

Pois é. Acontecimentos como aquele não são fáceis de esquecer. Situações negativas marcantes, tal como o Golpe de Estado de 64, a pressão pelas eleições diretas, o impeachment do Collor de Mello e até as denúncias dos bois de ouro do Senador da zona da mata alagoana.

Esses fatos marcam, ficam na história, sujam as páginas dos envolvidos, mas deixam a lição para o povo. O povo aprendeu que o estado de Alagoas é muito diferente dos outros entes federados brasileiros quando se trata de política.

É diferente porque seu desempenho é melhor, ou seja, os políticos alagoanos são os piores do Brasil, pois nesse quesito Alagoas ganha de todos. É ruim na educação, na saúde, na segurança e na economia, mas políticos, sim, esses são criados como em nenhum outro lugar.

Desde o citado ex-presidente Collor de Mello que Alagoas se transformou em motivo de chacota no resto do país. Naquele momento, um estado tão miserável com um político tão pomposo, como poderia? Ele não pode ser alagoano, concluiam muitos brasil a fora tamanha era a discrepância.

Senadores, Deputados Federais, todos chegavam lá no Congresso dispondo de trajes caros, carros luxuosos, apartamento, dinheiro! E o povo? Iludido. Ainda hoje é assim. Nos últimos 30 anos, governadores entraram e saíram e Alagoas continua agonizando. Cada um que tente se defender e projetar santidade na própria imagem.

Ah! Não poderíamos falar de Alagoas sem citar, ao menos brevemente, a inércia do judiciário e dos órgãos fiscalizadores. Que fique registrado. Também necessário se faz registrar que, quando falo de "políticos" generalizo propositadamente. Deixo que cada um faça o julgamento de quem é quem. Se a carapulça servir...

E as falcatruas, malandragens, favores aqui e acolá continuam. Tiram os "reiau" de um buraco para tapar outro. Depois tiram do poço sem fundo para "investir" no próprio futuro. E o povo? Eles estão nem ai! O povo, para eles, são seus filhos, sobrinhos, irmãos, tios e tias, amigos etc.

Até quanto será assim? Não sei. Você sabe? Só eles podem responder isso. Enquanto não acaba toda a safadeza, continuamos nossas vidas, humildes, comendo cuscuz no café-da-manhã, arroz e feijão no almoço e aquela charque de sempre, com macaxeira, no jantar.

Agosto de 2010.

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Comentários

Anônimo disse…
Pois é, caro Wenndell. O pior é que a gente encontra ainda hoje, pessoas esclarecidas (conheço algumas), que ainda embarcam na lábia de políticos corruptos, principalmente em nossa cidade, a velha União dos Palmares. Não entendo este tipo de atitude!!! Como é que você fecha os olhos para esse tipo de gente? Que desvia o dinheiro do povo, que recebe comissão para liberar recursos, que aceita propinas de empresários e mais uma porção de falcatruas. Eu fico p... da vida em saber que essas pessoas (esclarecidas!?), votam e ainda, numa cegueira extrema, defende os famigerados candidatos trapaceiros. E nesta condição de políticos mal caráter, Alagoas assume o lugar mais alto do pódio, com algumas raras exceções, é claro.
Por isso, torço para que nesta eleição, nós eleitores, consigamos errar menos e que o voto consciente prevaleça sobre o voto de cabresto e dos analfabetos políticos.

Um abraço,

Jailton Alves