Aproxima-se um novo momento da história. A cada quatro anos o Brasil decide seus governantes e representantes, nos próximos livros de História esse dia originará mais um capítulo, recheado de palavras onde os alunos conhecerão mais um momento da Democracia pós-Regime Militar. Saberão que as lutas de uma geração - para alguns o lampejo de civilidade e de explosão cultural deste país - originou a possibilidade de homens e mulheres exercerem o direito do voto. Através do sangue e suor de brasileiros, o país foi libertado da opressão, tal conquista consolidada com a nova Constituição nos deu o direito de voltar a sonhar.
Após momento ímpar da nossa história, avançando a leitura e superando tais capítulos, os nossos jovens talvez decepcionem-se com as páginas seguintes recheadas de escândalos de corrupção e desvios de recursos que ficaram impunes. Talvez o choque de postura deixe confuso quem leu sobre um Brasil que cultuava a honra dos seus homens públicos e não admitia a supressão da opinião popular.
Nesse momento parecerá que a luta foi em vão... que tudo é assim mesmo.
Talvez nesse trecho da lição você deixe de acreditar na democracia e acredite ser melhor trocar o voto por alguns tijolos, telhas, dinheiro... Não percebendo que esse dinheiro roubado oriundo dos "engravatados do poder" é o mesmo que os criminosos de rua levarão de você no próximo assalto, o qual ficará impune ante a falta de leis mais duras, não criadas pelo despreparados Senadores e Deputados Federais que compraram o seu voto. Que os tijolos e telhas serão os mesmos levados com a próxima enchente do local onde você mora, devido a falta de políticas públicas de urbanização do Governador e do Presidente da República, que deixaram você ali, morando na beira do rio. Que ao necessitar de uma consulta médica, se ela não existir não terá a quem recorrer pois o Deputado Estadual no qual você votou, não exerce seu papel fiscalizador de cobrar dos poderes constituídos qualidade na saúde pública, pois ele vive muito ocupado desfrutando do dinheiro desviado da Assembleia Legislativa e do carro de luxo que as facilidades do poder dão a ele, é... você ainda terá a capaciade de comentar o quanto o veículo é bonito ao vê-lo no show que ele te presenteou - com o seu dinheiro desviado - na festa da sua cidade.
No fim você perceberá que a culpa é um pouco nossa. Dos esclarecidos por se omitirem diante de tanta roubalheira; por tremerem diante dos donos do poder e ainda pegarem em suas mãos com alegria e respeito; por não contribuirem para o esclarecimento dos atingidos pela ignorância oriunda do sistema vigente; por não debaterem e exigirem em suas famílias a importância da honra e do culto aos homens e mulheres de bem; por aceitarmos e irmos atrás da imoralidade dos cargos em comissão, ante a exigência dos concursos públicos, pois é mais fácil bajular que vencer pelo mérito.
A liberdade e as conquistas democráticas tendem a não ser valorizadas por aqueles que nunca sentiram sua falta. As próximas páginas da história do Brasil começarão a ser escritas no próximo domingo. Naquele momento diante da urna, os dedos dos nossos escritores serão os seus dedos, a honra dos nossos homens públicos dependerão da sua honra, a educação dos nossos filhos dependerão da sua educação, a nossa história dependerá da sua história e sempre é possível começar a escrever um novo final.
Outubro de 2010.
Após momento ímpar da nossa história, avançando a leitura e superando tais capítulos, os nossos jovens talvez decepcionem-se com as páginas seguintes recheadas de escândalos de corrupção e desvios de recursos que ficaram impunes. Talvez o choque de postura deixe confuso quem leu sobre um Brasil que cultuava a honra dos seus homens públicos e não admitia a supressão da opinião popular.
Nesse momento parecerá que a luta foi em vão... que tudo é assim mesmo.
Talvez nesse trecho da lição você deixe de acreditar na democracia e acredite ser melhor trocar o voto por alguns tijolos, telhas, dinheiro... Não percebendo que esse dinheiro roubado oriundo dos "engravatados do poder" é o mesmo que os criminosos de rua levarão de você no próximo assalto, o qual ficará impune ante a falta de leis mais duras, não criadas pelo despreparados Senadores e Deputados Federais que compraram o seu voto. Que os tijolos e telhas serão os mesmos levados com a próxima enchente do local onde você mora, devido a falta de políticas públicas de urbanização do Governador e do Presidente da República, que deixaram você ali, morando na beira do rio. Que ao necessitar de uma consulta médica, se ela não existir não terá a quem recorrer pois o Deputado Estadual no qual você votou, não exerce seu papel fiscalizador de cobrar dos poderes constituídos qualidade na saúde pública, pois ele vive muito ocupado desfrutando do dinheiro desviado da Assembleia Legislativa e do carro de luxo que as facilidades do poder dão a ele, é... você ainda terá a capaciade de comentar o quanto o veículo é bonito ao vê-lo no show que ele te presenteou - com o seu dinheiro desviado - na festa da sua cidade.
No fim você perceberá que a culpa é um pouco nossa. Dos esclarecidos por se omitirem diante de tanta roubalheira; por tremerem diante dos donos do poder e ainda pegarem em suas mãos com alegria e respeito; por não contribuirem para o esclarecimento dos atingidos pela ignorância oriunda do sistema vigente; por não debaterem e exigirem em suas famílias a importância da honra e do culto aos homens e mulheres de bem; por aceitarmos e irmos atrás da imoralidade dos cargos em comissão, ante a exigência dos concursos públicos, pois é mais fácil bajular que vencer pelo mérito.
A liberdade e as conquistas democráticas tendem a não ser valorizadas por aqueles que nunca sentiram sua falta. As próximas páginas da história do Brasil começarão a ser escritas no próximo domingo. Naquele momento diante da urna, os dedos dos nossos escritores serão os seus dedos, a honra dos nossos homens públicos dependerão da sua honra, a educação dos nossos filhos dependerão da sua educação, a nossa história dependerá da sua história e sempre é possível começar a escrever um novo final.
Outubro de 2010.
Bruno Monteiro
@bcmonteiro
@bcmonteiro
Comentários