A população que se declara seguir a religião ou doutrina espírita no Brasil é de aproximadamente 1,3% ou algo em torno de 2,3 milhões de pessoas. E são esses os alvos de produções como As Mães de Chico Xavier (2011, direção de Halder Gomes e Glauber Filho).
Esse é o 4º longa-metragem realizado com o tema no Brasil. "Bezerra de Menezes", "Chico Xavier" e "Nosso Lar" foram os precursores. O sucesso de público dá respaldo para outros virem a engrossar a lista. Afora essas considerações, muito não há o que comentar sobre iniciativas de doutrina cinematográfica como essa.
Do ponto de vista do entretenimento não há relevância. Do lado cinematográfico idem. O que justifica As Mães de Chico Xavier e seus conexos é o tema, a mensagem a ser difundida. O longa conta a história de três mães que acabam se entrelaçando no decorrer da narrativa, permeadas pela figura de Chico Xavier e tendo como pano de fundo uma reportagem sobre a grande comoção em torno do médium, o qual escreve cartas vindas de espíritos e direcionadas a seus familiares.
A mensagem do filme é clara e direta, sendo até redundante as explicações ao final. É um filme direcionado às mães que perderam seu filhos pelos mais diversos motivos, tendo natural dificuldade para lidar com a situação e com a própria existência. Misturar ficção e doutrina religiosa é difícil. O resultado é um pouco superficial. Mas não é de hoje que a arte se mistura com religião, com crenças.
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