Basicamente desconhecido no Brasil, o cinema dos nosso hermanos da Argentina tem sua qualidade proporcional ao nosso desconhecimento. Carancho é um exemplo disso.
Em Carancho pegamos carona na vida de um advogado que trabalha no submundo das agências de seguros. O advogado conhece, por um acaso de seu ofício ilegal, uma médica, alimentando rapidamente uma paixão. Esse envolvimento termina de maneira inesperada.
Em Carancho pegamos carona na vida de um advogado que trabalha no submundo das agências de seguros. O advogado conhece, por um acaso de seu ofício ilegal, uma médica, alimentando rapidamente uma paixão. Esse envolvimento termina de maneira inesperada.
A história do filme passeia pelo citado submundo de agências de seguros, as quais usam de artifícios para fraudar o sistema lucrar em cima de acidentes montados, pré combinados com as "vítimas", ou mesmo oferecendo os "serviços", num esquema que envolve hospitais, seguradoras, médicos e advogados.
Uma curiosidade é o título do filme "carancho", que é a denominação de uma ave que se alimenta de outros animais mortos, mas, ao contrário do abutre, possui uma considerável beleza. O filme, Carancho, pressupõe então uma analogia entre o ofício do protagonista a ave do título, lúgubre e belo. Belo porque mesmo pairando sobre cada acidente de trânsito e lucrando com essa prática sórdida, o protagonista mostra a cada cena um brilho no olhar, sobretudo quando está com a médica, revelando um caráter, talvez, íntegro, chegando a decidir lagar a prática ilegal para voltar a se dedicar somente a advocacia convencional.
Apesar de mostrar uma realidade na Argentina praticamente igual a nossa, com corrupção, corrida atrás de dinheiro, péssima estrutura hospitalar etc, Carancho não é um filme panfletário, essas questões somente são o pane de fundo para uma história romântica, mas bem real, impactante.
Carancho.
2010, Argentina.
Direção de Pablo Trapero.
Roteiro de Alejandro Fadel, Martín Mauregui, Santiago Mitre e Pablo Trapero.
Com Ricardo Darín, Martina Gusman, Carlos Weber, José Luis Arias.
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