Série Especial: Filosofia - p.9

IX

- Ceticismo
, Epicurismo e Estoicismo

A morte de Aristóteles e a decadência do Liceu [sua escola] coincidem também com a decadência grega. Apesar de exibir um avançado claro nas ciências, a filosofia evoluiu tanto que os jovens que antes eram moldados para serem atletas e/ou guerreiros, começaram a esquecerem seus músculos, trabalhando a mente, porém de forma muito egoísta e depravada. Dessa forma, a Grécia se tornou um lugar onde se pensava-se muito e lutava-se pouco; desde que éramos primatas a soberania, o domínio era imposto pelos mais fortes aos mais fracos. A Grécia acaba sendo absorvida por outros povos graças a sua evolução intelectual em detrimento da bélica. As correntes filosóficas do ceticismo, epicurismo e estoicismo traduzem a decadência política e militar da Grécia.

O ceticismo afirma que as limitações do espírito humano não permitem conhecer nada seguramente. Assim, conclui pela suspensão do julgamento e permanência da dúvida. Ao recusar toda afirmação dogmática, prega que o ideal do sábio é o total despojamento, o perfeito equilíbrio da alma, que nada pode perturbar. Epicuro e seus seguidores, os epicuristas, viam no prazer, obtido pela prática da virtude, o bem. O prazer consiste no não-sofrimento do corpo e na não-perturbação da alma.

Os estóicos, como Sêneca e Marco Aurélio, pregam que o homem deve permanecer indiferente a circunstâncias exteriores, como dor, prazer e emoção. Procuram submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga dor e sofrimento, e não prazer.
A mistura de pensamentos/idéias em conjunto com a ausência de um único ícone que tenha seus pensamentos voltados a evolução da Filosofia decantada por Aristoteles, demonstra que a Grécia vivia períodos conturbados, onde por meio da própria dialética e teorias formuladas com base nos primeiros filósofos, o povo grego começava a misturar as correntes a seu bel prazer, destorcendo a busca da Verdade e da Essencia do ser humano tão procurada pelos antigos. Hoje em dia, o niilismo e o permissivismo despudorado precoce em que vivemos tem como base algumas das idéias dessas escolas filosóficas, porém de forma distorcida: hoje busca-se o prazer rápido e instantâneo, onde algumas pessoas se usam dessas teses filosóficas para justificar seus atos anti-éticos e imorais.

O mundo entra na Época da Escuridão que antecede a melhor época da Idade Média e a filosofia, personificada pelos homens e chocada dentro dos costumes sociais vigentes, obviamente acompanhou a decadência generalizada e rumou para o fundo do mar negro do esquecimento durante os anos que antecederam a Era Cristã, onde Plotino foi o primeiro semeador da filosofia-cristã que teve com Santo Agostinho suas melhores idéias, mas isso é assunto para a próxima edição.

Walter A.
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