E se você estivesse prestes a morrer em decorrência de um câncer de pulmão sem ao menos ter fumado um só cigarro, com um filho adolescente portador de necessidades especiais, uma mulher grávida (quase parindo), um subemprego, hipoteca a pagar e sem plano de saúde?
Resumir Breaking Bad a como se encara a morte é muito simples para o emaranhado de sensações e reflexões que a série criada por Vince Gilligan consegue passar em seus episódios intensos.
A edição de imagens em alguns episódios consegue, por diversas vezes, a proeza de descontruir o que achamos já entender através da linha do tempo normal do desenrolar da história.
Em Breaking Bad, Walter White (Bryan Cranston) é um professor de química de high school que trabalha meio turno num lava rápido para complementar a renda familiar, só que não demora muito até percebermos sua paixão pela ciência e grande capacidade para lidar com os elementos químicos. É o tipo que tinha tudo pra ser bem sucedido, mas, por algum capricho da vida, não deu. Essa é a superficial primeira impressão.
Dai, estamos prestes a acompanhar o desenvolvimento de um homem, passando de um pai de família padrão, mas claro, cansado, desmotivado e rancoroso devido a atual situação, até chegar numa persona fria, calculista, objetiva e que não mede esforços para conseguir o que quer.
Walter White é o protagonista ou vilão da série? Pode-se aceitar as duas vertentes num só personagem? Talvez esse seja o caso. Certamente Breaking Bad conseguirá arrancar bons questionamentos logo após algum diálogo desconcertante ou até mesmo após um estranho e cortante momento silencioso marcado por olhares.
A série é exibida originalmente pelo canal pago americano AMC, e no Brasil vai ao ar pelo canal também pago AXN. Está indo para sua 5ª e última temporada, a qual será dividia em duas, com 8 episódios em 2012 e 8 em 2013.
Até o momento, Breaking Bad é daquelas séries difícieis de esquecer ante sua qualidade e primor de roteiro e reviravoltas. Certamente uma das melhores já criadas.
Comentários